JÁ PENSOU EM MORAR EM OUTRO PAÍS? - Idiomas

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"Mas eu não sei falar a língua!" - Bem, você também não sabia quando era uma quianxa. Nada como ouvir as pessoas falando 24 horas por dia.

Fonte: Própria

Para começar, vamos esclarecer uma diferença entre curso e um intercâmbio (por exemplo): tempo. Sim, quanto mais incluso no idioma você estiver, mais você aprende. 1 ou 2 horas de aula para depois voltar ao seu idioma nativo pelo resto do dia com certeza absoluta não pode ter o mesmo resultado de passar todo o dia em um novo idioma e as vezes falar o seu nativo. Não que você deva abandonar sua língua nativa, ou quantas você tiver, afinal elas também enferrujam sem uso, mas se você está aprendendo um novo tem que focar nele no lugar que você estiver. Existem as pessoas que acabam incluindo um idioma novo todo o tempo na sua vida vendo filmes, ouvindo músicas e tentando compreendê-las, etc etc. Mas a maioria leva anos e anos. Eu acho, pelo menos. Meu círculo de amigos sempre falou ou compreendeu bem, principalmente o deste blog, mas é que somos um bando de nerds viciados em séries, vídeo games e Internet. Ops, nos dedurei!

Nem vou falar na importância de falar outro idioma caso alguém questione "mas e porque as escolas deviam investir pesado nisso? tem mais o que aprender" ou pior (por favor não me diga isso!) "eu tou no Brasil, tia, porque tenho que falar outra língua?"


Hm, bem... vamos deixar isso para outro post e continuar amigos, tá? Brincadeira, mas é que realmente vale um post. E eu tenho a tendência a perder o foco, então me ajuda aqui!

Se você pretende ir a outro país e der a desculpa do idioma eu vou cortar sua onda agora: não se limite a essa desculpa. Não perca a oportunidade (que muitos dariam um rim para ter e não tem grana) por isso! Você pode SIM se dar ao luxo (?) de aprender antes mesmo de ir, caso você não queira começar do zero. E a verdade é que no caso do inglês e espanhol, mesmo que nossas escolas ensinem de maneira muito fraca, na maioria dos casos, as pessoas tem uma base. Pode ser uma base muito porca muitas vezes, mas tem. Talvez encarar o japonês do zero fosse mais difícil. Mas vamos lá, quer aprender antes? Não tem dinheiro para cursos? Use the damn Internet! Não quer? Compre ou arranje um livro de self-study no idioma que você quiser. São muito bons, de verdade.

Dica 1:  English Grammar in Use - Se é o melhor, eu sei lá! É o que eu tenho, é o que meus professores do meu intercâmbio na Irlanda me indicaram. E para o inglês, claro, com certeza existem outras opções para inúmeros idiomas. Mas o Google está aí pra isso, Olha aqui! Digamos que eu sou fluente em sarcasmo.

Dica 2: Faça as coisas direito. Não me pague o mico de colocar avançado ou fluente no currículo para depois ser pedido pelo entrevistador para falar e sair algo pior que "pra mim fazer". Tudo tem seu tempo. Assim como na dança, os que tentam fazer dupla pirueta antes de saber uma perfeita tornem-se bailarinos sujos. Isso acontece por você ser apressado e não admirar o processo do aprendizado. Sinta seu conhecimento crescer.

Dica 3: Leia em voz alta. Isso também é uma dica dos meus professores irlandeses (que eu boto a mão no fogo para afirmar que são fantásticos), ler em voz alta é uma excelente maneira de praticar a fala. Falar com pessoas também, LÓGICO, mas leia em voz alta. E leia né, querido, faz bem pra cabeça. Se não sabe pronunciar uma palavra ou outra procure (Olha o Google outra vez aí minha gente! Vá no tradutor e clique no botãozinho para escutar a voz sexy pronunciando a palavra). Ou sublinhe sua dúvida e tire depois, dê seu jeito.

Seguindo, uma outra excelente maneira de praticar sem fazer uma grande viagem, mas também sem ficar o dia todo reclamando de tédio nas férias é talvez um English Camp, se seus pais ou você puderem bancar. Investimentos para o futuro. "Ai, mas que americanizada essa minina!" Não, não, falam inglês em outros países também. E existem outros idiomas, mas eu vou citando minhas experiências. Este acampamento é perfeito! Passei duas temporadas (duas semanas) e acredite, valeu cada centavo do meu pai. Nunca fui no de adultos, pois eu tinha 17 anos, mas parece legal. Praticamente vomitam inglês no seu cérebro, não tem chance de não aprender algo. E é divertido pra caramba! Eu lembro que quando cheguei tinha tanta, mas TANTA vergonha que eu queria ficar muda. Minhas primeiras tentativas de contato foram em português e eu caí na real quando os monitores me respondiam em inglês apenas. Lembro qual foi minha primeira frase lá, na piscina. Um monitor me perguntou da onde eu vinha. Eu sabia falar "I'm from France" naquela época, mas saiu tudo embolado mesmo depois de eu repetir a frase 500 vezes na cabeça. Nervosismo. Você precisa desse primeiro choque. Dessa primeira taquicardia. Depois tudo flui. Naqueeeela época (falou a vovó) só podíamos falar no telefone com os responsáveis num certo horário reservado do dia, porque obviamente falávamos em português. E eu admito que era bom, até porque no resto do dia você está ocupado fazendo atividades teatrais, gincanas, brincando na piscina, aprendendo baseball e futebol americano, comendo, ensaiando as apresentações de teatro do dia para falar mais tarde, arrumando o seu quarto no tema do dia (toda manhã existia um tema para arrumar o quarto, para no final da temporada existir o quarto ganhador), usando a criatividade para se vestir no tema do café da manhã do dia (assim que nos levantávamos anunciavam o tema em que nos vestiríamos para o divertido café da manhã), usando o copo de qualquer refeição do dia para fazer isso:


Ah, tão divertido! Para as refeições as mesas onde te servem tem tudo escrito em inglês e você precisa pedir também neste se quiser que te sirvam. Duas semanas repetindo com certeza te ensina algo. Fora que o lugar é maravilhoso, os monitores super amigáveis e dedicados, afinal são muitas vezes ex campers, e muitos são internacionais. Ou seja, você aprende direto da fonte! E de quebra você aprende a sair da asa dos pais, pois vão crianças muito pequenas também e eles estão longe. Faltou a experiência do acampamento de adultos, mas quem sabe um dia! E para os pais que pretendem investir em intercâmbio, fica a dica: um acampamento assim é uma boa ideia para preparar o bebê da sua vida. Afinal é algo mais curto, mas com a mesma intensidade na imersão do idioma. Lembro quando eu mesma comecei a pesquisar (meu pai devia ficar doido com essa minha mania de pesquisar e descobrir coisas na Internet) sobre acampamentos de férias porque eu achei muitos. Todos igualmente caros, mas nenhum tinha esse diferencial. Entre pagar caro  no português que já sabemos e pagar caro para sair com um outro idioma avançado, nem preciso dizer a melhor escolha. Pelo menos era o que eu julgava com 17 anos e continuo aos 26.

Enfim, resumo de tudo: você pode até fazer cursos, ir a acampamentos, comprar mil livros e aprender o que quiser, mas se você tiver a oportunidade de viajar (e quiser, óbvio), não limite-se ao que você pensa que sabe da sua capacidade. Eu garanto 100% que o impacto de chegar em um lugar novo e ser jogado em 24 horas desse idioma nos ouvidos vai fazer efeito. Em semanas, meses, não 700 anos. Mas cuidado com o grupo de conterrâneos, fuja disso se nenhum deles estiver disposto a falar o idioma novo com você. Não se isole, óbvio, mas saiba balancear. Você não está ali para aprender português, nem pagou para isso, convenhamos. No país novo você aprende gírias, aprende a falar como as pessoas do dia a dia (que falam tão errado quanto aquele que fala "pra mim fazer", mas você sabendo a maneira certa não vai repetir o erro, assim como faz no seu país natal), aprende todos os palavrões, cria laços e até novos hábitos, gostos e eleva sua cultura de uma maneira gigantesca. Etc, etc, etc.

Eu sempre digo que intercâmbio/etc é como ser um gato e ter várias vidas. São vidas novas criadas do zero, quase literalmente. Miau!



Um comentário:

  1. E nem alemão é tão difícil assim, sério. u_ú =x Hahaha
    Idiomas estrangeiros são amor. <3

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