Decidi iniciar a minha contribuição com o blog contando um pouco a
historia do sexo. Com isso definido, dividi temas na minha cabeça, localizados em períodos históricos. O primeiro ficou sendo a Masturbação, uma
preliminar antes de irmos ao clímax.
Obviamente, antes preciso definir do que se trata masturbar, o dicionário diz:
Ação de estimular manualmente os órgãos sexuais, normalmente, atingindo o orgasmo.
Simples, não? Hum... não. O ato e a palavra são desconhecidos em algumas culturas.
Em um estudo realizado pelo casal de antropólogos, Barry e Bonnie Hewlett, da Washington State University, com o povo dos Bayaka da África Central, foi constatado que eles desconheciam o que era masturbar-se, e nem entenderam o porquê de alguém realizar tal ato. O mesmo vale para Robert Bailey da University of Illinois que, durante uma pesquisa sobre fertilidade entre os Lese no Congo, teve dificuldades em pedir aos homens que se masturbassem, para que o sêmen fosse colhido, e mesmo após uma longa explicação, ele ainda recebeu algumas amostras com secreção vaginal misturado.
Então, este é o primeiro passo para começarmos a nossa
jornada, se algumas sociedades nem sabem do que se trata, outras verão e
tratarão de formas diferentes, dando valores e significados completamente
estranhos para nós.
Os registros mais antigos da masturbação são de escavações
em Malta (hoje um pequeno país numa ilha do Mediterrâneo), lá foram encontradas
estátuas em argilas representando um homem se masturbando, feitas há 5000 a.C., e uma
outra de uma mulher de 4000 a.C.. Além disso, até dildos (objetos em formas de
pênis que auxiliam na masturbação) foram encontrados e datados do período
paleolítico. Se um pênis feito de rocha polida no tamanho natural era usado para a masturbação, é pura suposição, mas não deixa de ser curioso.
Falo duplo encontrado em Gorge d"Enfer, França. Acredita que tem 13 mil anos. Para que será que servia? |
Começamos agora nas civilizações e as coisas começam a mudar. Na Suméria (povo da região da Mesopotâmia), homens masturbavam-se para aumentar sua potência, e até usavam um óleo com ferro em pó para dar uma certa fricção. Além disso, de acordo a mitologia suméria, Enki, deus das águas e da sabedoria entre os sumérios, encheu os rios Eufrates e Tigre após masturbar-se e ejacular água doce.
A masturbação também está presente na mitologia egípcia. Atum, deus primordial, o original de tudo, não tinha par, por isso seus primeiros filhos nasceram após a ejaculação ao masturbar-se, e assim nasceu: Shu, deus do ar seco, calor, luz e o estado masculino; e Tefnut, a umidade, as nuvens e o estado feminino. Isto se transformou num ritual, então os Faraós masturbavam-se nas margens do rio Nilo, diante de um público, para representar como também eram seres divinos. Além disso, novamente é encontrado dildos e falos masculinos, que podem ter sido ou não usados por pessoas, tanto para masturbação, quando para ritos e outras finalidades religiosas.
Mas, apesar das histórias divinas e ritos religiosos, como
isso era tratado pelo egípcio comum? Será que era algo bem visto? Aceito? Não temos as respostas para perguntas de cunho mais social, por causa das informações escassas. Porém, essa falta de fonte histórica mudaria com as
outras culturas crescentes: as da região
da Grécia e Roma, mas isto é para o próximo capítulo.
Algumas
referências para consulta:
- Os livros “The Mythology of Sex”, de Sarah Dening, e “O: The intimate history of the orgasm”, de Jonathan Margolis.
- O texto Uncovering the prehistory of sex, do Dr. Timothy Taylor.
- Este texto sobre a sexualidade do povo Aka da África Central, de Barre e Bonnie Hewlett.
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