Nesta nova fase da História do Sexo, vamos falar sobre a
virgindade. Como ela é vista e tratada ao longo da nossa história. Um longo
caminho cheio imposições, quase majoritariamente entre as mulheres, que se
tornaram até moeda de troca. Comecemos.
Antes de entrar na explicação de como a sociedade vê a
virgindade, é preciso defini-la. E sim,
ela pode ser mais complexa do que imaginamos. Para muitos ela é simples: ela
resume a relação heterossexual de penetração peniana numa vagina. Como é esta
visão que foi considerada válida para a maioria das sociedades, é a que usaremos.
Porém, devemos deixar claro que existem muitas outras interpretações e questões
que devem ser levantadas: sexo oral, sexo anal, masturbação mútua ou qualquer
outra forma de sexo sem penetração devem ser consideradas válidas? Existe diferença da
perda da virgindade entre um casal hétero que faz sexo anal e um casal gay? Como uma lésbica perde a virgindade? Existe a
perda da virgindade num estupro? Deixo essas questões ao leitor, assim como a
valorização da virgindade em si e sua importância - eu apenas demostrarei como
ela era vista pelos outros na história da humanidade.
Essa valorização da virgindade surge junto com o conceito de
monogamia, que alguns historiadores acreditam que começou no neolítico (a idade
da pedra polida). E assim surgiu a ideia de que a mulher não devia trazer para a
união do casal lembranças de outras relações sexuais, assim garantindo o monopólio
sexual da vida da mulher a um único homem.
No entanto, a associação entre o rompimento do hímen e a
virgindade não estava totalmente relacionada, como veremos mais para frente na
história: para muitos povos era necessário romper o hímen antes de ela praticar sexo.
Isso se deve ao “horror ao sangue”, algo presente em muitas sociedades: o sangue
representa o perigo, o mal, a morte. (voltaremos a este assunto quando um dia falarmos da menstruação) Por isso, o sangramento
que ocorre quando o hímen é rompido não deve estar presente na primeira relação
de um casal - assim, vários povos criaram costumes e tradições de romper a
membrana antes do coito da virgem.
Entre os aborígenes australianos, mulheres idosas perfuram o
hímen das virgens. Na tribo Tukanos, no noroeste da Amazônia, o ancião mais importante
penetrava o dedo na virgem até deflorá-la. Na Malásia, esse era o papel dos
pais; enquanto em algumas regiões da Índia era da própria noiva, usando um falo
de madeira. Isso repete-se em várias comunidades ao longo da história e do
mundo.
A virgindade torna também fundamental para realização do casamento, e podemos
já ver entre as primeiras civilizações como sumérios, babilônios e assírios que
a cerimônia é um contrato entre duas partes (geralmente o noivo homem e o pai
da jovem noiva). E, como um acordo, pode ser rompido se um dos termos não for cumprido - e um deles era a virgindade da noiva.
Interessante que entre os egípcios isso não era um problema.
Não existia o tabu do sexo antes do casamento. Apenas em períodos mais recentes
do Egito Antigo aparece um “presente de virgem”, quando o marido dava bens
materiais à sua noiva caso ela fosse virgem em sua primeira relação sexual - o que mais parece ser um “bônus” do que uma obrigatoriedade na relação.
Porém, esse valor da virgindade na Mesopotâmia será o padrão
que veremos nos próximos capítulos. Então voltem no próximo capítulo, quando
veremos sobre as virgens gregas e romanas, aqui na História do Sexo.
Referência para leituras:
O site "InfoEscola" é usado por muitos adolescentes para seus trabalhos escolares. Leiam o que eles escrevem sobre o assunto e depois comparem ao que é descrito aqui. - Virgindade
O site "InfoEscola" é usado por muitos adolescentes para seus trabalhos escolares. Leiam o que eles escrevem sobre o assunto e depois comparem ao que é descrito aqui. - Virgindade
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