12 Monkeys: a season finale

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12 Monkeys é uma adaptação do filme de 1995 com o mesmo nome (o que leva a ser daquelas séries que tem fãs odiosos com a mania que sabem tudo só porque viram o filme) e que retrata a história de um viajante no tempo, Cole, que foi enviado para o passado para evitar que um vírus mortal que irá destruir quase toda a humanidade se espalhe. Neste momento, a série passa-se normalmente entre 2043 (o ano actual na série) e 2015 (o ano em que o vírus começou a espalhar-se), mas outros anos são constantemente visitados. A série estreou em Janeiro deste ano e este mês terminou a primeira temporada, sendo que a segunda já foi confirmada pela Syfy.

Esta foi uma série que muitas vezes me confundiu, muitas vezes me deixou a pensar e a achar que nada daquilo fazia sentido. Não foi assim tão fácil perceber a coerência. Afinal, mexer com o tempo é uma coisa perigosa e o que isso implica pode muitas vezes ser confuso. Um caso muito óbvio foi o facto de a certo ponto um personagem já conhecer Cole, mas Cole não se lembrar, simplesmente porque esse encontro foi fruto de uma viagem no futuro de Cole, mas que já era passado para o outro personagem. Confuso, não é? O grande twist da série foi outros desses casos, em que uma coisa que era passado para uns, era futuro para os outros.


Para mim, o ponto central da série era perceber quem eram afinal os 12 macacos e de onde é que eles vinham. Para começar, porquê 12 macacos? Porque não 12 baleias, ou 12 cabras? Esse pelos vistos é um mistério que só vou ver desvendado na próxima temporada, mas pelo menos tive um vislumbre do primórdio deste grupo, que foi falado a temporada toda, mas que nunca teve realmente uma cara (ou 12, neste caso). Este arco começou a construir-se agora e foi a principal ponta solta.

Neste último episódio, acho que o que mais se esperava era o confronto Cole vs Ramsey. Pessoalmente, adorei o rumo que a personagem de Ramsey tomou, mas acho que os motivos que o levaram a tal são incoerentes. Para além de ser um egoísmo inimaginável, eu sou da opinião de que há diferença entre morrer e nunca ter nascido. Ramsey não pensa como eu, mas apesar de ele ser um idiota com falta de neurónios, eu não consigo não gostar dele. Ficou provado que ainda há esperança para ele pela atitude que Cole tomou com ele.


Outra ponta que ficou solta propositadamente para eu arrancar o cabelo até a nova temporada voltar, foi aquele final com Jennifer. Acho que aquilo mostrou o meio pelo qual o vírus se começou a espalhar, mas será? Jennifer é a personagem mais inconstante da série, nunca sei o que pensar dela. De qualquer das formas, neste momento acho que é uma grande bitch.


E claro, impossível chegar à season finale e não ver desenvolvimentos na relação entre Cole e Cassie. Pelo menos eles foram subtis e não tiraram logo Aaron do jogo, mas agora que ele parece estar definitivamente no canto da história, as coisas entre Cole e Cassie vão provavelmente mudar. Isto, claro, se os últimos minutos do episódio não causarem um grande problema na história. Provavelmente, teremos um novo viajante do tempo e os papéis vão-se inverter, já que mais depressa Cole se desfragmenta de vez do que consegue voltar a entrar numa máquina do tempo.


Fazendo um balanço dos treze episódios da primeira temporada, acho que a (in)coerência com o tempo continua a ser o que me faz mais confusão. Obriga demasiado a pensar e pensar não é, definitivamente, a coisa que mais gosto de fazer na vida. Mas acho que é aí que está o brilho da série. Eles podem fazer o que quiserem, podem voltar atrás e alterar o que foi feito, podem ir para a frente provocar algo que não estava planeado. Os próprios produtores estão numa máquina do tempo e têm a hipótese de fazer coisas que outras séries não conseguem. E foram tantos os twists desta temporada que só posso dizer que eles realmente estão a conseguir fazê-lo. Sim, há episódios que foram mais chatos, mas no final eles conseguiram fazer algo bom. Não vejo muitas séries/filmes de ficção científica, mas esta realmente prendeu-me e deixou-me curiosa. Agora, vamos aguardar até à próxima temporada e dar mais um passo para a descoberta de se, afinal, o vírus nos vai matar a todos ou se o Santo Cole vai ser o herói da coisa!

A segunda temporada ainda não tem data de estreia, mas irá para o ar apenas em 2016. Está imenso material relacionado com a série no site da Syfyaqui, incluindo os episódios da primeira temporada.

Um comentário:

  1. Ótimo review!

    É.. séries que são baseadas em algo livros, hqs e filmes sempre terão os fãs chatos que acham que sabem mais do que os outros espectadores. Mas neste caso caem por terra, simplemente, porque considero essa série com algo completamente original. Pois a única ligação com o filme é o nome do personagem principal (e apenas este personagem) e o mote principal "Num futuro devastado por uma praga, um homem volta no tempo para impedir a doença de espalhar". E só isso, nada mais é igual.. tipo nada.. quem manda, como ele viaja, como é o futuro, o que é os 12 Macacos, como a doença foi criada, tipo não existe nenhuma ligação com nada.

    Mas o que incomoda mais na série é como eles tratam o "tempo". Pois é determinado e toda a missão é baseada nisso que o tempo é altamente mutável. Capaz de mudar tudo, apagar uma realidade e criar outra totalmente nova apenas mudando algo no passado. E a gente vê isso acontecer algumas vezes.

    Mas eles também dizem que o tempo é imutável e fixo. Ou seja, tudo que acontece, já aconteceu, e faz parte da cronologia, as próprias ações dos personagens fazem parte daquela dimensão temporal. Todas as ações do Ramsey mostram isso.

    E aposto que trataram o "tempo" destas duas formas na segunda temporada também.

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