ESC2015: Good night Europe and good morning Australia!

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Um ano inteiro à espera deste dia, UM MALDITO DE UM ANO INTEIRO!, e imaginem só, já passou. E o pior é que nem sei se estou feliz, se estou chateada, se estou a desejar que todos os que não votaram na Itália morram. Não sei, é um sentimento aí pelo meio. 





Admito que ainda estou a recuperar das emoções que foram as minhas últimas horas. Eu, literalmente, esperneei no sofá e chamei nomes às pessoas e essas coisas todas. Não ganhou quem eu queria, fiquei um bocado amuada. Na realidade, fiquei muito amuada e isto não vai passar assim tão cedo. No entanto, assisti ontem a uma das finais eurovisivas mais renhidas, mais emocionantes e mais fortes de sempre. A qualidade musical foi soberba e as apresentações conseguiram ser ainda melhor que isso! Claro que Portugal não esteve ao nível de toda esta qualidade e acrescentou mais um recorde ao seu cardápio de humilhações: é actualmente o país que não vai há mais anos à final. Juntando ao facto de que é o país que participa há mais anos sem nunca ter vencido, já temos condições suficientes para enfiar um saco na cabeça para não passar vergonha.

Muito aquém da qualidade musical, ficou a realização do programa. Planos mal cortados, falhas de ligação (nas votações finais foi uma festa a deitar ligações com os países abaixo e a deixar as pessoas a falar sozinhas), problemas de som, problemas de tempo. A organização foi tão idiota que construiu uma passagem para o palco com escadas, sabendo que havia uma participante em cadeira de rodas. Uma ode à estupidez!

Måns Zelmerlöw foi o grande vencedor da noite, dando à Suécia a sexta vitória e a segunda desde 2012! Tenho muitos mixed feelings acerca desta música. Não gosto, não desgosto, certamente não é a minha vencedora. Fun fact: quando a Rússia estava em primeiro eu já chamava nomes a toda a gente que não votava na Suécia, PORQUE A RÚSSIA JAMAIS PODERÁ VENCER, OK? JAMAIS! Ok, talvez um dia possam, mas não para já. Voltando ao nosso querido sueco, ele levou para casa uma vitória merecida. Apesar de os grafismos já não serem novidade para mim, há que admitir que estão muito, muito bons, e os olhos também comem. A música não é nada de muito especial, mas também serve para o que os ouvidos comem. O conjunto funcionou na perfeição e foi o suficiente para a Suécia levar mais um prémio para casa. Podia não ser a melhor música, mas em palco foi irrepreensível. Parabéns Suécia!


Não vou perder o meu tempo a falar da música da Rússia. Polina canta muito bem, é muito bonita, chora que parece uma torneira, a música é uma baladona hipócrita sobre paz e amor no mundo (muitos risos para a Rússia) mas nem sei o que eles estavam ali a fazer. Não eram eles que se recusavam a participar este ano? Portanto, para a música da Rússia, eu tenho isto a dizer:

(absolutamente nada contra a Polina, continua a achar que é uma óptima cantora!)

E agora sim, chegamos aos verdadeiros vencedores! (Elizabete vai só respirar um bocadinho, para ver se não desfalece).


PORQUE É QUE ISTO NÃO GANHOU?


Vozes excelentes, orquestração excelente, letra horrível que fica excelente porque é cantada em italiano, que mais era preciso? Não entendo, a Europa anda com tanta cera nos ouvidos que já dava para fazer velas. Enfim, foi o terceiro lugar que mais ficou atravessado na minha garganta na história do concurso. Completamente injusto, na minha opinião, ainda para mais depois de saber que eles ganharam o televoto e não ganharam graças aos júris. Lembram-se da parte da cera? Eu nem vou tentar descrever a grandiosidade deste tema, que pisa e esmaga as "Heroes" da vida. O melhor é ouvirem e tirarem as vossas próprias conclusões. 

Agora vamos dar um pouco de tempo de antena às crianças, que chegaram, viram e venceram. E da forma mais justa!


Eu não disse mal desta música. Não, eu arrasei-a por completo, com os piores adjectivos que vocês podem imaginar. Mas o que ia eu esperar de uma criança de 19 anos que eu nem consigo distinguir se é um homem ou uma mulher sem lhe olhar para a cara? Pois, eu arrasei-a, o Loïc veio e espancou-me. Levou para casa o 4º lugar depois de nos deixar uma das melhores prestações. Que voz! Que profissionalismo em cima daquele palco! Para além de que a música é algo que não me lembro de alguma vez ter visto no ESC, mas pelos vistos a inovação deu frutos. Este é, sem dúvida, o dark horse deste ano. Well done Loïc, well done Bélgica! 


Vou só mostrar-vos o que aconteceu no meu Twitter:

(Tenho quase a certeza que isto dá para ser presa por pedofilia)

Acho que já deu para perceber que eu amo toda esta performance de morte. A sério! Podiam tocar esta música no meu funeral e eu ia adorar! Colocar nas costas de um jovem de 16 anos a árdua tarefa de levar o mais longe possível um país que não qualificava para a final desde 2010 é um verdadeiro risco. Mas quando ele volta para casa com um 9º lugar, é só espantoso! E tudo o que aconteceu em palco foi excelente! A voz de Nadav pode não estar perfeita, mas quem queria saber, quando a única coisa que se queria fazer era dançar? Este concurso precisa de mais músicas assim: étnicas e modernas ao mesmo tempo e que nos façam querer dançar! A minha grande favorita, não para vencer, mas para ouvir, ouvir e ouvir. E ainda ter vontade para ouvir mais uma vez. 


Uma verdadeira menção honrosa para a Austrália, que na sua primeira participação arrecadou o 5º lugar! Se for para continuarem assim, voltem as vezes que quiserem, australianos. Serão bem-vindos! Guy é tão carismático e em palco transmite tão boa vibração que podia ficar o dia inteiro a vê-lo e a ouvi-lo. Europa, põe os olhos!


Eu vou fingir que o Elnur não cantou isto mal e porcamente. Também vou fingir que não tive vontade de ir lá ao palco e bater com os dentes dele contra o chão por ter arruinado a música. PORRA, FOSTE PERFEITO NA SEMIFINAL E AQUI FAZES ISTO? Enfim, vou continuar a amar a música, mesmo que o excelente cantor que a interpreta tenha sido o cúmulo da incompetência. A orquestração desta música continua a ser impressionante e a letra continua a ser brilhante. E o Elnur continua a ser a melhor voz masculina desta edição, mesmo que aqui lhe tenha corrido mal. Para além disso o Azerbaijão tinha o melhor background e a coreografia era absolutamente magnífica. Juntando isso às alusões ao "lobo" que fala o título da música, e esta música tem tanto de requinte como de magnificência. Podia ter sido uma top5 se não tivessemos um Elnur desinspirado, assim foi 12º lugar.


E fecho este momento reflectivo sobre as músicas do festival com a guerreira filha do demónio. Eu já sabia que ela conseguia ser medonha, mas ela superou as expectativas! Não é só a aparência, só o olhar dela faz com que eu me sinta do tamanho de uma formiga! E aquela voz? Parece que me esmaga com palavras. É impressionante esta presença em palco, é ainda mais impressionante perceber como ela não precisava de luzes, fumo ou roupas para se fazer ver. Nina é claramente uma cantora a sério e a quem se deve dar muito valor. Pena o 11º lugar.

As minhas previsões acabaram por bater mais ou menos certas. A Suécia ganhou e mais dois dos países que considerava favoritos à vitória conseguiram um lugar no top5. Espanha e Albânia floparam, tendo conseguido o 21º e o 17º lugares, respectivamente. Áustria conseguiu o último lugar e uns belos null points, o que faz desta canção a pior classificada de um país que joga em casa. A Alemanha foi no embalo dos null points, fazendo com que eu desejasse que a Lena ou o Roman Lob voltassem. Pelo menos esses dois sabem jogar este jogo. Este ano ficou também marcado pelo abanão no bloco do Norte, do qual fazem parte cinco países poderosos no concurso e dos quais só dois estiveram presentes na final: Suécia e Noruega. Mesmo em desvantagem numérica eles fizeram-se ouvir e a Suécia levou a melhor.

Espreitem a tabela classificativa final:


Por este ano terminou, para o ano há mais. A boa notícia? Já não falta um ano! Dia 10 de Maio de 2016 temos encontro marcado na Suécia. Até lá, é ouvir as preciosidades que este ano nos deixou. E rever incessantemente o criador da música israelita a estender-se ao comprido em cima do palco.

(Vejam bem ali do lado esquerdo! - estou-me a rir de novo com isto)

ATÉ PARA O ANO ESTOCOLMO!
(ou alguma cidade parecida)


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